terça-feira, 27 de março de 2012

Ma liberté de danser - Cap. 4 - Se tornando Dina - Parte II


Por Lalitha

AVISO IMPORTANTE:

Então, gente, antes de entrarmos no material relativo ao quarto capítulo do livro da Dina. Eu considero o quarto capítulo o mais importante do livro, pois trata da essência da Dina como bailarina e do porque dela ser tão controversa, portanto é o capítulo mais longo dentre os posts. Por conta disso vou dividí-lo em duas partes, para que fique menos cansativo. Além disso, quero ressaltar que apenas as partes em itálico e entre aspas são trechos traduzidos do livro ou de outras fontes (as traduções são minhas e às vezes contem alguma adaptação para facilitar o entendimento do trecho fora do texto completo), e deixo claro que não traduzi o livro inteiro, apenas algumas passagens que julguei importantes ou bonitas. Todo o resto do material é uma compilação de informações contidas no livro e de pesquisa própria minha feita na internet ou na minha biblioteca particular.

O material aqui exposto está todo dividido por capítulo (um capítulo por post, sempre) e cada capítulo está dividido em tópicos para tornar a apresentação mais dinâmica. Adotei essa divisão por pura comodidade e para tornar o material mais didático, o livro não está dividido dessa forma.

4. Se tornando Dina

          Preconceitos




Por levar uma vida dupla, Dina sofre com preconceito dos dois lados. As outras bailarinas a criticam, tanto a sua forma de dançar, como a sua roupa, e também o fato dela estar na faculdade. Ei, intelectualóide, volte pra casa para fazer seus deveres de casa ao invés de brincar de ser bailarina.

E ela sofre também do outro lado. Um dia ela é chamada na administração da faculdade, e lhe dizem que ela deixa ou outros alunos sem graça por conta do seu carrão. Ela sabe que não são os seus colegas de turma que se sentem mal, e sim os professores, que não conseguem aceitar uma bailarina na sua turma, ainda mais uma com um mercedes.


          Revolucionando a moda

Para “piorar” a situação, Dina resolveu revolucionar o traje tradicional da dança do ventre. Dina faz as suas primeiras roupas com a famosa costureira Hagga Abla.

"Eu mostro para ela o que eu quero. Nada de lantejoulas. Tenho horror a isso. Ela torce o nariz, morde os lábios,objeta. Mas eu teimo e consigo o que quero. 20 anos depois quando lembro nessa época, não consigo deixar de rir da cara escandalizada das pessoas diante das minhas roupas pouco tradicionais! Apesar da sua resistência, em poucos meses Hagga Abla começa a copiar meus modelos originais para outras bailarinas."


A coisa mais controversa em Dina certamente é o seu guarda-roupa. Ela sabe que a roupa é importante para valorizar os movimentos, mas ela também sabe que precisa ser diferente e resolve revolucionar o "uniforme" da dança. Vivendo sempre entre pessoas muito criativas, que a ajudaram diversas vezes a improvisar novas roupas, e sendo fã da alta costura, especialmente a italiana, Dina quebra barreiras. 

   
Agora uma pequena demonstração da mudança da Dina ao longo dos anos...


Vamos começar com um vídeo, o único que encontrei onde ela aparece com um traje "normal" de dança do ventre:



E logo depois ela começa a sua "revolução":

Aqui ela ainda está bem "normal"

Uma das primeiras mudanças dramáticas que ela faz é no comprimento da saia:
Dina na Gilded Serpent, em 1993. Note que ela está de salto, como ela costumava começar suas apresentações, e depois tirava chutando-os perto da osquestra.

Outra foto da mesma Gilded Serpent, de 1993, mais uma roupa de saia curta no mesmo show.
Aqui uma das suas criações mais famosas e comentadas:

Dina em 1994 com sua famosa roupa de alfinetes baseada na alta costura italiana. Foto de 1994 - The Best of Habibi

Essa você pode ver em ação nesse vídeo:



Mas ela também usou na mesma época  figurinos mais "normais":

Se você ignorar a transparência é uma roupa bastante comum. Foto de 1994 - The Best of Habibi
Essa é realmente tradicional! Foto de 1994 - The Best of Habibi

Mas ela realmente é ousada nas suas roupas:

Essa ela usou no seu primeiro show nos EUA em 2003. Deixou as americanas chocadas.

Quando ela voltou a Dallas em 2004 ela pegou bem mais leve:




Essa, inclusive, é uma raridade, pois esconde a barriga!
Vale notar que apesar da sua criticada ousadia, Dina realmente revolucionou a moda na dança do ventre, ao introduzir novos tecidos e um estilo novo, de roupas mais justas e sem paetês ou franjas, que é usado por todas as bailarinas hoje em dia.

Mas às vezes, ela exagera na criativade....

Outra roupa famosa, a da guerreira! Que, bom... melhor não dizer nada, apenas que ela usou essa roupa quando veio ao Brasil. Foto de 2005
Essa é uma das roupas da fase "calcinha de fora", mais abaixo veremos mais sobre essa moda que Dina inventou. Foto de 2005

Mais uma mini saia... com uma transparência por cima. Por incrível que pareça essa roupa provavelmente passaria pela regulamentação egípcia. Foto de 2008 da Gilded Serpent
Outra moda que ela inventou foi das roupas baseadas em ternos masculinos:

Saca as gravatinhas? Pois é. Foto de 2008 da Gilded Serpent.
E agora, para colocar uma cerejinha... a mistura do terno com a calcinha de fora!

Roupa "lindja" que ela usou num show na Embaixada Francesa no Cairo em 2009. Foi um bafafá!
Essa roupa em particular foi parar nos jornais árabes da internet, dizendo o seguinte:


Fonte: WALEG
"O que você acha da bailarina egípcia Dina? Ela é uma bailarina de classe ou uma sedutora? Ou talvez você a ache vulgar e barata?

Bom, não importa o que você acha, nós temos fotos que vão fazer você ficar chocado.

Dina, que ficou conhecida pela sua coragem nas suas roupas de dança e por suas constantes mudanças de estilo, tomou o inesperado passo de quase se despir numa festa para diplomatas na embaixada francesa do Cairo.

Você vai entender porque usamos a palavra se despir quando vir as fotos."

A cara do francês babão é impagável!

Pelo menos a galera parece estar se divertindo...

Apesar de não mostrar a sua calcinha de verdade (gente a tal "calcinha" quase cobre o umbigo dela!!) nem de não mostrar nada demais comparado às outras roupas que ela já usou, essa aí foi massacrada pelo jornal.
 "Dina, que fez um excelente trabalho entretendo os diplomatas, vestiu uma roupa preta, inspirada num smoking, que ela alterou para incluir alguns toques femininos... na sua quase inexistente saia, que tinha a cintura baixa, deixando a mostra a sua lingerie, uma calcinha preta, que aparecia de forma a arregalar os olhos e fazia parte da diversão!"

Você pode conferir uma dessas roupas da "fase calcinha" aqui:



Mas a Dina também acerta:

Gente, essa roupa imitando renda é linda!!! Foto de 2008 da Gilded Serpent
Dina no Ahlam Wa Sahlam de 2009
Acertando ou não, mais ou menos ousada, é inegável que Dina mudou o figurino da dança! E gostando ou não, todos sempre pagaram para ver suas novas modas.

Aguardem o próximo capítulo! 

Capítulos anteriores:

2 comentários:

  1. Amei todos os visuais que ela fez. Inclusive a princesa guerreira. O que em qualquer outra ficaria vulgar, nela fica divino, é o poder do magnetismo pessoal. Ou o popular quem pode pode e quem não pode se sacode.

    ResponderExcluir
  2. Obrigada por compartilhar sua leitura conosco. Aguardo ansiosa o próximo post.

    ResponderExcluir