quinta-feira, 31 de maio de 2012

Resenha de DVD - Suhaila Salimpour - Bellydance Fitness Fusion BUNS

Esse é o meu primeiro post-resenha de um DVD! Resolvi começar a fazer esses posts porque minhas alunas às vezes me perguntam sobre onde, como e quais DVDs comprar e isso pode ser complicado.

Confesso que minha coleção de DVDs brasileiros é pobre, bem pobre, mas estou com uma coleção bem legal de vídeos estrangeiros e é sobre eles que pretendo falar aqui.

Suhaila Salimpour
Vou começar com uma coleção bem interessante da Suhaila Salimpour, uma bailarina americana muito renomada que continuou o trabalho da mãe (Jamila Salimpour, que alguns especialistas apontam como a fundadora do veio a se tornar o estilo tribal).

Suhaila, além de ser famosa por lá, tem uma escola muito grande de formação de bailarinas, que aceita inclusive estrangeiras, e o mote dela é "Formando bailarinas melhores através de uma técnica melhor", em outras palavras, o trabalho dela é muito pautado da técnica dos movimentos, repetições e condicionamento físico. Pessoalmente eu não gosto muito do trabalho dela como bailarina, mas os vídeos de aula dela são MARAVILHOSOS e as suas alunas são extremamente bem treinadas.

Caixa de DVDs da Suhaila

O primeiro DVD da série Bellydance Fitness Fusion (literalmente fusão de ginástica e dança do ventre), se chama BUNS, ou, em português, Glúteos!




Isso acontece porque toda a técnica de shimmie da Suhaila está baseada na contração dos glúteos. Sério. Fechou a boca? Então, vamos continuar. (depois faço um post só sobre os 3 tipos básicos de shimmie)

Nesse DVD, de deixar qualquer uma dolorida e rindo de nervoso, Suhaila nos leva por uma série de exercícios voltados para o fortalecimento dos glúteos (funciona, gente, fica tudo durinho e dolorido) e das pernas, e para exercitar a coordenação motora da região, de forma a controlar melhor a contração separada das bandas dos glúteos (é sério isso, gente, não ria! E funciona!).

A ideia aqui é que cada vez que você contrai só a banda direita (mantendo ambos os joelhos flexionados), o "quadril direito" sobe, e se você contrair só a banda esquerda, o "quadril esquerdo" sobe, e se você conseguir alternar rapidamente essas contrações você terá o shimmie! Parece complicado, né? E de início realmente é.

Mas o vídeo é bem legal, e vale a pena ter em casa e fazer a série sugerida de vez em quando (ter o dvd e não fazer os exercícios não adianta de nada! Só ficar olhando não malha!), mas para fazer os exercícios em casa eu sugiro que você tenha pelo menos um tapetinho de yoga (tem muito exercício de joelho no chão) ou uma almofada para exercícios, e que você se aqueça antes (o aquecimento que tem no DVD é muito curto e rápido para o meu gosto, eu prefiro me aquecer melhor). Um espelho é bom, mas não é obrigatório, dado que você vai precisar ver a sua televisão para seguir a série.

Outro ponto importante é que, apesar de dizer no DVD que ele é para iniciantes, isso NÃO É VERDADE, porque os exercícios são muito pesados, a não ser que você já faça dança há algum tempo ou faça alguma outra atividade física, não dá para acompanhar o ritmo da Suhaila, o lance dela é malhação mesmo!!!

Bom, o DVD vem dividido em 6 partes: aquecimento, trabalho de fortalecimento das pernas e dos glúteos, treino de coordenação motora básica, mais fortalecimento, treino de shimmie e relaxamento final. Tudo isso dura em torno de 30 minutos. 30 minutos de tortura, mas que valem a pena. Além do vídeo-aula, o DVD ainda tem uma apresentação de dança (uma coreografia de espada em grupo), um pequeno discurso da Suhaila sobre a vida da mulher moderna (com um toque de auto-ajuda, mas eu achei bacana), uma dança em círculo da Suhaila com as alunas e a filhinha (sim, na família Salimpour é assim, avó, mãe e filha são todas profissionais, sendo que a mãe e a filha começaram a essa vida de "profiça" antes dos 10 anos de idade) e nos extras você encontra uma mini-aula extra onde tem mais uma seção curta e bizarra de coordenação motora e de sequência de shimmies, um solo da Suhaila, e uma apresentação extra de dança em círculo.

Ufa! O DVD inteiro (as duas seções de malhação mais os vídeos de dança) não dura nem uma hora e meia, mas parece que você saiu de uma aula sem fim e que um trator passou por cima de você.

Agora, só para vocês entenderem o nível de bizarrice do que a Suhaila consegue fazer, segue um trechinho da parte de coordenação motora:


E para finalizar, um vídeo promocional do DVD


E bom treino!


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Kisses from Kairo - A Revelação @ Semiramis


Quarta-feira, 22 de junho, 2011
A Revelação @ Semiramis
Por Luna do Cairo
Traduzido por Lalitha

Sabe aquele clichê super comum "que tudo acontece por uma razão", que as pessoas adoram repetir quando algo de ruim acontece? Bom, ele é verdadeiro. Naquele momento eu provavelmente teria brigado com qualquer um que me dissesse que haveria uma razão por eu ter sido expulsa do Hotel Semiramis. Mas hoje, olhando para trás, eu entendo porque, de um ponto de vista mais amplo, isso foi uma benção disfarçada.

As circunstâncias envolvendo a minha contratação e "des-contratação" no Semiramis foram bem esquisitas. Numa noite comum no Cairo, eu me encontrava sentada na boate do Semiramis com uma amiga bailarina e mais dois gerentes da casa noturna onde a mais famosa bailarina do Egito dança toda semana. É vergonhoso, mas eu demorei uma hora para perceber que o homem sentado do outro lado da mesa e que estava conversando comigo era O gerentão todo-poderoso que contrata novos talentos no Hotel Semiramis. Em minha defesa, ninguém havia me dito quem ele era. Eu apenas tinha sido chamada pela minha amiga bailarina para acompanhá-la numa festa com alguns artistas na boate do Semiramis, e "falando nisso, eu vou fazer um teste lá amanhã".

Ahã, ok. Nós vamos numa festa com artistas e ela estava com um teste marcado no Semiramis no dia seguinte. Tudo bem. Entretanto, conforme a noite avançava e papo ia rolando, eu percebi que o homem sentado na minha frente era, na verdade, O gerente da boate do Semiramis. Quem diria? Era por isso que ele sabia tanta coisa sobre a tal bailarina famosa.

Música pop árabe nas alturas, e lá estávamos comendo, bebendo, dançando e se divertindo. E de repente, o Sr.Gerente começou a me cobrir de elogios, me dizendo que eu tinha tudo para dançar no Cairo - aparência, talento, era jovem, e mais um monte de blábláblá. Ele me disse que poderia me arranjar um teste para a boate e que até pagaria pela banda para isso!

Nesse ponto da conversa, qualquer outra bailarina estaria vibrando de felicidade. Eu, entretanto, já havia sido vítima de muitas falsas promessas, e o meu instinto me dizia que o Sr.Gerente não estava realmente interessado na minha dança. Além disso, a minha amiga (que é uma bailarina fenomenal e uma pessoa de bom coração) estava com o teste dela marcado para o dia seguinte. Não fazia nenhum sentido ele querer contratar uma terceira bailarina para o Semiramis quando eles não tinham demanda para isso. Então, quando ele pediu o número do meu telefone para poder me ligar e marcar o teste, eu respondi educadamente que eu estava ali para acompanhar a minha amiga, e não para apunhalá-la pelas costas.

Apesar do meu desinteresse na sua proposta, eu recebi um telefonema no dia seguinte de manhã, do próprio Sr.Gerente! Ele tinha conseguido o meu número com o Sr.Dorminhoco (mais sobre ele aqui), que deveria estar andando com o meu processo de contratação num cruzeiro no Nilo em Maadi!

O Sr.Gerente me disse que tinha marcado um teste para mim na semana seguinte. Eu perguntei a ele por que ele estava fazendo aquilo tudo, e ele me assegurou que o Semiramis precisava de uma terceira bailarina. Tudo bem então.

Eu apareci na semana seguinte no Semiramis com uma banda de 15 músicos que o Sr.Dorminhoco arranjou para mim no último minuto (10 minutos antes de entrar no palco eu AINDA não tinha um derbakista!!!), eu tinha pagado caro por aquela banda, e o Sr.Dorminhoco tinha me prometido que eu ensaiaria com eles 3 vezes antes do teste. Mas essa era apenas mais uma das suas falsas promessas, eu não tive chance de ensaiar com eles nenhuma vez antes do teste.

E depois dessa confusão toda, eu passei no teste. Mas é claro. A verdade é que eu já tinha passado antes do teste. Muuuuuuuuito antes do teste. Talvez alguns dias, tipo, uma semana antes na boate. Todo esse jogo era apenas "encenação". Basicamente, o Sr.Gerente achou que eu era bonitinha e inocente. Ele queria outras coisas de mim além do trabalho (use a sua imaginação). Mas como ele não podia me dizer isso diretamente, ele passou por todas as etapas de me contratar como bailarina de dança do ventre do Semiramis. Teste, contrato, papelada e tudo o mais.

Foi aí que começou a parte divertida da brincadeira. O Sr.Gerente me ligava diversas vezes durante a semana, me convidando para jantar, tomar um café, o que você imaginar. Quando eu fiquei sem desculpas para não aceitar os seus convites, eu simplesmente parei de atender as suas ligações. Então vieram as mensagens de texto. Quando eu parei de respondê-las também, o Sr.Dorminhoco veio me ver para me informar que o Sr.Gerente estava muito zangado comigo.

"Zangado comigo por quê?" eu perguntei. "Ele está zangado porque você não quer sair com ele", respondeu o Sr.Dorminhoco. "Mas, Sr.Dorminhoco! Você não me fez prometer que eu não aceitaria os convites do Sr.Gerente em nenhuma circunstância? E você não me disse que, tecnicamente, não haveria nenhum motivo para eu conversar com ele porque o senhor era o contato oficial entre a gente?". "Sim," ele respondeu, "mas eu não sabia que o Sr.Gerente iria ficar tão chateado por causa disso".

Fazer o quê? Imagino que qualquer chance que eu tinha de me apresentar de verdade no Semiramis agora tinha se evaporado. Porque veja bem, a reputação do Sr.Gerente o precedia, e eu já tinha escutado falar de casos assim que tinham acontecido com outras bailarinas. Basicamente, o gerente coloca a oportunidade de dançar no Semiramis na frente da bailarina, como uma isca num anzol. Se ela cair na armadilha, ela deve, então, atender a todos os seus desejos. Se ela não cair, ela é basicamente um peixe morto no seu anzol.

E isso era exatamente o que eu tinha me tornado - um peixe morto dependurado no anzol do Sr.Gerente, apodrecendo na miséria de saber que a minha decência tinha me custado a minha chance de dançar!

As coisas só ficaram piores dois meses depois. Era Ramadã, período durante o qual há muito pouco trabalho para a dança do ventre no Cairo por conta do mês sagrado. Eu recebi um telefonema do meu irmão mais novo, de Nova Iorque, que me disse que o seu pai estava no seu leito de morte e que poderia morrer a qualquer momento. Apesar desse homem não ser o meu pai, ele era o meu padrasto, e gastou uns bons 10 anos me criando. Eu fiquei devastada com a notícia, e queria viajar de volta para Nova Iorque imediatamente para ajudar o meu irmão nesse momento difícil e me despedir do meu padrasto.

No momento em que eu estava comprando a minha passagem, lembrei que eu não estava com o meu passaporte. O Sr.Dorminhoco o tinha levado para o prédio do Serviço de Imigração egípcio, onde ele ficaria retido enquanto durasse o meu contrato com o Semiramis! Sem meu passaporte eu não podia comprar a passagem, e, portanto, significava que eu não poderia ir para Nova Iorque antes da morte do meu padrasto. Eu liguei imediatamente para o Sr.Dorminhoco, expliquei a minha situação, e perguntei se havia alguma maneira de reaver o meu passaporte em 24 horas. Ele disse que era possível, mas que precisaria de uma carta do Sr.Gerente autorizando que eu retirasse temporariamente o meu passaporte.

Soava bastante simples, mas significava que 1) eu estava à mercê do Sr.Gerente, que já me odiava por não obedecer aos seus caprichos, e 2) estava à mercê do Sr.Dorminhoco, que, dá pra perceber pelo apelido que lhe dei, era muito preguiçoso e nunca fazia o que era necessário no tempo previsto (isso quando fazia).

Como era de se esperar, o Sr.Dorminhoco não fez nenhum esforço para entrar em contato com o Sr.Gerente, e o Sr.Gerente não respondeu nenhuma das minhas milhares de ligações para o seu celular. Ele não queria ouvir falar de mim por razão alguma. Nesse ponto, sem ninguém para me ajudar ou para ficar do meu lado, eu decidi que minha única alternativa era ligar para a embaixada americana e perguntar se eu podia obter um passaporte temporário ou algum tipo de permissão para viajar numa emergência. O funcionário da embaixada com que falei me pediu para descrever a situação em detalhes. E foi o que eu fiz. Eu disse que tinha sido contratada como bailarina de dança do ventre no Semiramis, o que significava que o meu passaporte estava retido no prédio do Serviço de Imigração egípcio, o que significava que eu precisava de uma carta do Gerente, que não podia ser encontrado em lugar nenhum. O empregado disse que me ligava de volta e desligou o telefone.

A próxima coisa que aconteceu, foi que recebi um telefonema irado do Sr.Dorminhoco, que disse que o Sr.Gerente estava espumando de raiva porque a embaixada americana tinha feito queixa oficial contra ele por manter o meu passaporte "refém"!

Ok, OBVIAMENTE que algo havia se perdido no meio da tradução, ou então o Sr.Gerente estava mentindo sobre a queixa oficial (que aliás, eu nunca cheguei a ver) e estava tirando as coisas da sua proporção para que pegasse mal para mim. Eu nunca acusei o Sr.Gerente de manter o meu passaporte "refém", nem mesmo mencionei o seu nome para o empregado da embaixada!

E depois disso tudo, eu não consegui o meu passaporte de volta, o gerente admitiu ter visto minhas milhares de ligações e se recusado a responder, meu padrasto faleceu no dia seguinte, E o gerente forçou o Sr.Dorminhoco a cancelar o meu contrato com o Semiramis.

Gente, como me dei mal, muito mal! E acabei entrando no jogo dos outros. Entre os custos de processar minha licença de trabalho para o Semiramis, o custo da banda para o teste, e o custo das tarifas aeroviárias (estrangeiros obtendo permissão para trabalhar no Egito são obrigados a sair do país e depois voltar), eu devo ter perdido uns 3 mil dólares. Sem mencionar todo o estresse emocional pelo qual passei por não ter podido estar com a minha família num momento tão delicado. E tudo isso por nada - porque o Sr.Gerente estava esperando por qualquer desculpinha para me expulsar do Semiramis, porque ele não podia aceitar que eu não tinha entrado no jogo dele.

Eu (re)caí numa maré de depressão. Era isso que significava dançar no Cairo? Será que eu tinha mesmo que sacrificar todo o meu auto-respeito para poder ter sucesso por aqui?

Eu liguei para algumas amigas minhas, também bailarinas de dança do ventre, para perguntar sobre a experiência delas com o Semiramis e em outros locais de luxo, só para ouvir histórias de horror parecidas. E comecei a perder as esperanças, e até chorei... o tempo todo fiquei me lembrando que havia bailarinas que conseguiram fazer as suas carreiras de forma decente. Mas será que seria assim comigo? Ou eu simplesmente desistiria?

E então, apenas um mês depois, meu destino mudou completamente. Eu fiz um teste para o Nile Memphis e o gerente imediatamente decidiu entrar com os papéis para contratar bailarinas estrangeiras e me dar um contrato. Sem joguinhos, sem isca, sem virar peixe morto. É verdade que esse barco não tem o mesmo renome ou prestígio que o Hotel Semiramis, mas pelo menos eu poderia me apresentar até cansar sem ter que me submeter aos caprichos de um gerente nojento qualquer!

Entretanto, a coisa mais importante que veio junto com essa minha experiência horrível com o Semiramis, é que ela foi a causa pela qual eu pude ter o meu pedido de licença de trabalho aprovado pelo governo egípcio há um mês. A nova política do Ministério de Relações Exteriores do Egito com relação a trabalhadores estrangeiros é que aqueles que já estavam aqui antes da revolução poderiam ficar, enquanto os novos trabalhadores requisitando permissão após a revolução teriam que cumprir alguns critérios para poderem trabalhar no Egito. Como uma bailarina estrangeira de dança do ventre, eu não conseguiria cumprir nenhum dos critérios, que envolvem principalmente provar que as suas habilidades são necessárias para a prosperidade do Egito. De qualquer forma, o fato de eu ter recebido licença para trabalhar ano passado foi o fator mais importante para convencer o ministro a aprovar o meu pedido.

Na verdade, não poderia ter sido melhor se eu tivesse ficado no Semiramis e estivesse em bons termos com o gerente. Pois, por mais que eu ainda estivesse contratada pelo Hotel agora, quase não tem trabalho lá (antes ou depois da revolução). Eu estaria sentada em casa agora, ao invés de dançando toda noite. Ter sido expulsa do Semiramis foi o que me permitiu ser contratada pelo Nile Memphis, que tem me permitido trabalhar toda noite (antes e depois da revolução)! E agora eu sei qual era a tal razão esotérica para ter sido expulsa do Semiramis. E dito isso, vou terminar esse post com mais uma frase, verdadeira, mas super clichê:  "Quando Deus fecha uma porta, Ele abre uma janela." Amem.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Ma liberté de danser - Cap. 6 - Sameh


Por Lalitha

AVISO IMPORTANTE:

Então, gente, antes de entrarmos no material relativo ao quinto capítulo do livro da Dina, quero ressaltar que apenas as partes em itálico e entre aspas são trechos traduzidos do livro (as traduções são minhas e às vezes contem alguma adaptação para facilitar o entendimento do trecho fora do texto completo), e deixo claro que não traduzi o livro inteiro, apenas algumas passagens que julguei importantes ou bonitas. Todo o resto do material é uma compilação de informações contidas no livro e de pesquisa própria minha feita na internet ou na minha biblioteca particular.

O material aqui exposto está todo dividido por capítulo (um capítulo por post, sempre) e cada capítulo está dividido em tópicos para tornar a apresentação mais dinâmica. Adotei essa divisão por pura comodidade e para tornar o material mais didático, o livro não está dividido dessa forma.

6. Sameh

          Como eles se conheceram




Sameh era um diretor de cinema e de clipes musicais, que estudou nos EUA. Eles se conheceram 1997, durante a filmagem de um clipe com o ator Ahmed el-Sakka. Sameh queria que a Dina dançasse enquanto uma prece fosse aparecendo na sua pele, o que ela se recusou a fazer, apesar de achar a ideia bonita, porque os egípcios não estavam prontos para isso. Coisa que só alguém que estudou fora do Egito poderia pensar...

Na época ela tinha acabado de terminar um relacionamento e estava recentemente divorciada, por isso não estava a procura de ninguém e portanto também estava "distraída"... Disseram que ela estava cega, que Sameh estava claramente apaixonado por ela, mas dina não queria saber de namorar e não percebia o que as pessoas viam na atitude do diretor.

Mas Sameh não desistiu e a pediu em casamento, com direito a pedir a mão dela aos seus pais e tudo mais. E Dina realmente gostava dele, e ,apesar de não o conhecer direito, acabou aceitando. 


"Ele me prometeu a terra e a lua juntos, ele me falou de amor, de filhos, de vestido branco, pureza e inocência, eu era uma princesa adormecida a ser acordada pelo beijo de um príncipe. Ele me falou de um sonho que eu jamais pensei que pudesse ser realidade. Eu sou bailarina. Não se promete amor para uma raqa'sa."



          O casamento

O casamento deles foi uma grande festa, que todos os grandes artistas foram prestigiar. Até Arm Diab cantou na festa, junto com outros cantores famosos. Mesmo Fifi Abdou, que era concorrente da Dina nessa época, estava lá festejando e desejando tudo de bom aos noivos. E por sorte, existe no YouTube um trecho filmado dessa festa, com a Dina toda de branco... linda!



 

          Gravidez

2 meses depois do casamento Dina estava gravida. Nessa época o casal vive bem em sua rotina: Sameh gosta de silêncio e solidão para trabalhar e Dina gosta de música, mas eles se dão muito bem. Ele a estimula na sua carreira e a ajuda a manter a rotina, vigiando a sua alimentação e o seu sono.

Essa é a única foto que encontrei da Dina grávida, e ela está dançando num show! O comentário do site original sobre o assunto é que ela estava muito feliz com a gravidez.


Aos 5 meses de gravidez, em 1999, Dina cai durante um ensaio de uma peça de teatro e, com medo do que possa ter acontecido com o bebê, vai para os EUA fazer exames complementares para saber se está tudo bem.


          Uma doença

Está tudo bem com ela, mas quando ela vai dar a notícia para a família, ela ouve falar pelos seus familiares que Sameh não está bem. Ela sabia que ele tinha tido uma doença e passado por uma operação há muitos anos, mas ele nunca explicou tudo pra ela. Dina fica preocupada e convence Sameh a se juntar a ela em Los Angeles para ser avaliado também.


"Eu escuto palavras bárbaras "astrocitoma anaplásico", "tumor no cérebro", "quimioterapia","pouca chance de sucesso", "tentar de tudo", "inoperável", "prognóstico ruim", "estado desesperado".
Dentro da sala, tão fria, o homem de uniforme branco tem nas mãos Sameh, um Sameh resumido em números e folhas de plástico pretas com manchas brancas. E ele me diz que ele vai morrer."


Enquanto eles estão nos EUA avaliando as possibilidades de tratamento para Sameh, Dina chega aos 9 meses de gravidez. E enquanto ela sente uma vida se formando dentro de si, vê outra se esvaindo ao seu lado.


          Ali


"Em 30 de dezembro de 1999, meu ventre se contrai. Acompanhada de Sameh, eu corro para o hospital de Santa Monica. A parteira me coloca na sala de parto, Sameh está atrás da sua câmera, ele filma o parto. As contrações são fortes, mas não dolorosas. Eu olho para o espelho no teto, regulo a minha respiração. Cinco minutos mais tarde, sai a cabeça de Ali. Uma cabecinha pequenininha coberta de cabelos negros e uma boquinha parecida com a minha.
- Você deu à luz em tempo recorde!
A parteira está boquiaberta. Enquanto ela me dá conselhos para o pós-parto, ela me diz que raramente ela vê uma mulher que traz uma criança ao mundo com tanta facilidade.
Eu digo pra ela qual é o meu trabalho. Ela arregala os olhos. A dança do ventre é uma das melhores preparações para o parto. Ela usa todos os músculos, relaxa a bacia e dá tonicidade aos músculos. Foi o coreógrafo Hassan Khalil que disse "A dança do ventre é o movimento do ponto mais sagrado da mulher, o útero, lá onde tudo começa. O segredo da dança do ventre não está na dança, está na mulher""



          Estado terminal

Enquanto isso, a saúde de Sameh se deteriora dia após dia. Mesmo assim ele consegue fazer o seu primeiro longa metragem, Korsi fil Kolob, que recebeu alguma aclamação da crítica especializada. Nem ele nem Dina desistem, ele tenta todo e qualquer tratamento experimental. O tumor chega a diminuir, mas logo em seguida volta a crescer.

Um dos médicos diz pra Dina que ele acha que eles deviam voltar ao Egito, que os tratamentos não estão ajudando, estão apenas fazendo Sameh sofrer. Era melhor voltar para casa e tentar deixá-lo confortável.

Então, eles voltam ao Cairo, mas a família de Sameh não quer saber de desistir e logo em seguida eles estão cheios de médicos marcados. Chegam até mesmo a fazer uma nova cirurgia, mas o tumor continua crescendo.

Sameh, numa última tentativa, resolve tentar a medicina chinesa e viaja para Pequim, voltando menos de uma semana depois arrasado. O prognóstico dos acupunturistas é de menos de um mês de vida.

Alguns dias depois Sameh é internado, e dois meses depois morre.


"Sameh me confiou o seu filho. Enquanto Ali estiver comigo, Sameh também estará. E por toda a minha vida guardarei um lugar no meu coração para os seus olhos amendoados e seu sorriso doce, para esse homem cheio de talento morto em sua juventude."



Aguardem o próximo capítulo! 

Capítulos anteriores:

quinta-feira, 10 de maio de 2012

DesapegARTE

Ai ai... minhas férias estão acabando... isso é uma pena, mas é bom, porque o blog vai voltar com tudo! Aguardem a próxima semana! Até lá, fico apenas com a divulgação desse evento super fofo!


Venha participar também e ajudar a causa dos animais! Eu vou estar lá dançando na mostra de dança :-)