terça-feira, 26 de julho de 2011

Willow Chang - entrevista na RaqsART

Por Yuki RaqsART

tradução de Lalitha

Artigo original aqui.


1. Por que você começou a dançar Raqs Sharqi (dança do ventre)?

 Para mim, Raqs Sharqi é uma forma linda e natural de integrar todos os elementos da vida que eu acho importantes.

* Ritual e tradição

* Ser um condutor para ligar o passado com o presente e influenciar/inspirar o futuro

* Para se conectar, expressar e celebrar o sagrado feminino

* Uma oportunidade de vivenciar o "tarab" ou êxtase divino

* Um verdadeiro encontro entre a mente/espírito/alma com o corpo

* A oportunidade de se sentir confortável na sua própria pele

* De SE TORNAR a música

* De fluir e viver o momento na dança de improviso

* De criar figurinos que são lindos

* De expressar o amplo espectro das emoções

* E, é claro, de COMPARTILHAR, doar e se comunicar com os outros.

Tudo isso são razões porque comecei a dançar Raqs Sharqi (e também, provavelmente, porque é uma forma de absorver e compreender o período que passei no Oriente Médio) - porque é um reflexo da vida e uma forma de viver.

2. O que é mais importante quando dançamos em público?

Na minha opinião, existem 3 pontos que são importantes:

  • Nós devemos ser protetoras, guardiãs e educadoras sobre a nossa dança e assegurar que nós cuidemos dela e tratemos a nossa dança e as outras bailarinas com respeito - então outros seguirão nosso exemplo. Nossa dança tem sido observada coletivamente por muitos anos e gerações através de mal entendidos, falsidades e impressões equivocadas que tomarão muito tempo e esforço para serem corrigidas. E não é questão de querer fazer isso - nós temos que fazer! É uma missão. Ela pode ser dançar e se vestir apropriadamente num evento ou show ou simplesmente explicar às pessoas sobre a beleza inata da nossa Arte.
  • Compartilhar é a forma mais recompensadora de se lidar com essa dança - não importa se você é professora, aluna ou bailarina, nós estamos todas na posição de compartilhar, preferencialmente com um coração generoso. Nós podemos compartilhar fontes de consulta ou tempo, ideias ou feedbacks ou simplesmente lidar com a nossa dança como "Esse é o meu talento e eu quero compartilhá-lo com você". Eu realmente acredito no poder da intenção, e é maravilhoso poder praticar o ritual e o ato de compartilhar, que ajudam no combate ao ego, competição e outras características humanas mesquinhas que são fáceis de adquirir. Quando eu luto para ser meu melhor eu, isso não é feito com a intenção de ser melhor do que ninguém, e sim sabendo que todos, coletivamente, se beneficiam quando nós aspiramos pelo bem e pela excelência de forma focada e honesta - o que, por sua vez, gera resultados e ações positivas.
  • Ser verdadeiro é algo que alguém pode se beneficiar como pessoa e como artista. Encontrar a sua verdade pessoal e gerenciá-la, navegar com ela na cultura, nas tradições e com a criatividade que essa dança proporciona é difícil, é por isso que eu acredito que podemos levar toda uma vida praticando diariamente para dominarmos essa arte e sermos verdadeiras. Isso pode ser feito ao citar suas fontes, dando os créditos, escutando o nosso corpo diariamente e respeitando o nosso instrumento, sendo verdadeira com a música e com as tradições da nossa dança, ou então se permitindo a liberdade e a honestidade de se expressar e sentir os seus sentimentos quando você escuta a música e dança.

No final, nós só podemos ser nós mesmas, e se nós crescermos as custas dos outros ou se nós "manipulamos" a nossa dança, isso traz uma dívida de carma que simplesmente não é o que nós chamamos no Havaí de "pono" - justo, correto ou apropriado. Eu não estou aqui para julgar - estou apenas falando por mim mesma. Uma bússola espiritual guiada pelo respeito, gratidão e humildade me ajuda e colocar as coisas em perspectiva e a crescer como ser humano e como artista. A forma mais fácil de se atingir esse objetivo é também respeitar a sua linhagem e seus professores, gurus, kumus, mestres e mentores com quem você estudou. Eles confiam em nós como estudantes, bailarinas, professoras... para cuidar da nossa dança e de nós mesmas.

3. Você poderia nos falar sobre o seu estilo de Raqs Sharqi?

 Bom, existem muitos estilos de Raqs Sharqi, como os leitores devem saber.

Às vezes os rótulos ajudam, outras, confundem ainda mais. Fred Astaire, Paula Abdul e Martha Graham são todos bailarinos americanos, mas seria estranho dizer que são bailarinos do "Estilo Americano".

Eu sou daquelas (raras?) bailarinas que realmente gostam de TODOS os tipos de dança do ventre e Raqs Sharqi, do folclórico ao tradicional, do Sharqi ao Turco, Libanês, Egípcio, Estilo Tribal Americano (ATS - American Tribal Style), Tribal (Tribal Fusion) e dança teatral (Theatrical Dance).


Eu realmente aprecio as inovações, mas também respeito a conservação das danças e estilos tradicionais. Eu acredito que existe um equilíbrio que é fluido nessa questão e frequentemente uma classificação correta ajuda a diminuir a confusão. Por exemplo, eu sou, sem sombra de dúvida, influenciada pelo Oriente Médio e suas formas de dança - até porque passei 17 anos ativamente envolvida nessa dança. Mas, para mim, quando danço no estilo teatral ou contemporâneo, eu simplesmente o chamo de teatral ou contemporâneo, e não de dança do ventre. É o que sinto que é mais correto com relação às suas características, sentimentos e movimentos.

Meu estilo é ditado 99% pela minha escolha da música. Se eu escolho algo da cantora Fatme Serhan (nota da tradutora: famosa cantora do estilo Balady) ou algo do estilo Rom Turco, cada dança será claramente diferente. Se não for uma fusão, eu procuro manter os estilos, movimentos, música e figurino coerentes para a apresentação não ficar muito misturada. Eu acho que sou hoje de um estilo que aprecio e admiro - feminilidade tradicional expressa em movimentos, com um largo espectro de emoções, com repetição de movimentos para criar os detalhes (que era o que as bailarinas da Época de Ouro faziam), uma valorização da fluidez num fluxo contínuo, expressividade musical, graça, elegância e manter a dignidade da dança e da bailarina.

Não sou fã da abordagem "vulgar" da dança do ventre - e entendo que isso é subjetivo na maioria das vezes. Vamos dizer que me abstenho de movimentos de "dançarinas exóticas/strippers" e tento manter o ambiente familiar. Eu aprecio o estilo ousado, a atitude corajosa e deliciosa de divas como Dina e Mona Said, mas não quero ajudar a formar falsas impressões/estereótipos da nossa dança, se é que isso faz sentido. As pessoas precisam decidir por si mesmas os seus limites. Por exemplo, eu jamais faria uma "lap dance" porque não seria eu mesma - mas, mais importante, eu acho que denigre a imagem da nossa dança. Sempre haverá aquelas que fazem de tudo, mas eu prefiro ser apreciada mais pelo o que eu trago para a dança do que pelo o que ganho com ela.

Talvez o que seja mais importante a saber sobre mim é que quero sempre respeitar a dança e que trabalho quase que exclusivamente com o improviso - como num eterno estado de taqsim para ficar concentrada no momento e fiel às "origens" da dança do ventre. Minha escolha da música é sempre o meu ponto de partida. Eu faço meus próprios figurinos, o que aprofunda a minha criatividade e o meu senso de individualidade. Eu frequentemente penso nas bailarinas que me inspiraram e ainda me inspiram quando eu danço ou fico refletindo. Eu também me interesso muito em encontrar meios seguros de sentir e de se expressar, de retornar às origens sagradas da dança. Dançar é um ritual e é importante lembrar que temos um grande poder de comunicação - e isso é algo que eu  levo a sério - de forma aberta, clara e não-manipulativa de compartilhar a dança.


4. Você poderia nos contar sobre a relação entre Raqs Sharqi e as suas origens?


Toda a minha base de dança é impregnada com história e tradição. Antes de estudar dança do ventre oriental, estudei a dança havaiana Hula, primeiramente como Halau (dança para show) por 10 anos, e depois, ao me apresentar com Hula e danças da Polinésia no Egito, me apaixonei pelo o que se chama de "dança do ventre". Além da Hula, eu já estudei Dança Taitiana, Tango Argentino, Flamenco, Kuchipudi e Odissi (dança indiana), Salsa, Samba, Khaleegy, Danças do Norte da África (Algéria, Tunísia e Marrocos), Legong Balinês, Dança Moderna, Dança do Ventre (egípcia, libanesa, americana, turca, tribal, teatral) e Ballet para nomear algumas.


Eu acredito que é importante entender quais componentes criam um estilo de dança. Esses elementos incluem mas não se limitam a: cultura e as pessoas que criaram esse estilo de dança, suas histórias e mitos, formas musicais, os ritmos, poesias, credos, vestimentas, seus tabus, sua História e reconhecimento das personalidades que contribuíram para a dança. Claro que a compreensão, conhecimento e apreciação por esses elementos tomam tempo, não apenas para aprendê-los e conhecê-los, mas para VIVENCIÁ-LOS e INCORPORÁ-LOS.


Quando você tem uma compreensão dos clássicos, tradições e a base de uma arte - seja música, dança, pintura, poesia etc, você está numa posição mais rica para CRIAR, RESPONDER e CONTRIBUIR em resposta. Por sua vez, quando você faz uma FUSÃO, você está no fim das contas juntando 2 ou mais influências. O ideal é que você o faça de forma transparente, respeitosa e provocativa para gerar tanto SENTIMENTO quanto AUTENTICIDADE.

Ser de origem multi-racial (mistura de chinês, alemão, inglês e nativos norte americanos) e ter crescido num Havaí multicultural certamente moldou o meu ponto de vista. Eu acredito que a dança do ventre foi realmente a primeira "fusão" ou forma de dança multicultural. Ela mexe com tantas pessoas ao redor do mundo por tantas razões diferentes - porque realmente existe algo nessa dança para TODO O MUNDO se relacionar e interagir. Nunca pareceu esquisito, estranho ou peculiar se sentir atraído por essa dança. É tão natural quanto a vida. E estou comprometida em compartilhar essa dança, porque sei que dançar e os processos que isso desencadeia curam.



5. Você poderia dar alguns conselhos para bailarinas de Raqs Sharqi?


Nossa... tanta coisa para compartilhar... sem nenhuma ordem específica:

* Seja gentil consigo mesma. Com o seu espírito, seu corpo e seus sentimentos.
* Dê tempo a si mesma para incorporar os movimentos, de se tornar a música e entender como eles se relacionam.
* Não tenha medo de sentir e de expressar suas emoções. SORRIA!
* Tome cuidado com professores/indivíduos que tentam te limitar como bailarina, estudante ou pessoa.
* Não deixe as travas dos outros se tornarem suas.
* Ache sua(s) música(s) favorita(s), aquela(s) que sempre te fará ter vontade de dançar.
* Dança sem emoção é só exercício.
* A repetição é sua amiga.
* Seja você mesma.
* Faça perguntas.
* Leve seus hábitos de dança para o "mundo real" - como postura, olhar nos olhos nas pessoas e amplitude nos movimentos.
* Praticar outros exercícios é bom para você! (natação, ballet, yoga, exercícios de força, samba etc)
* Beba água com frequência.
* Quando puder, viaje, leia, sonhe, compartilhe.
* Aprenda o básico de costura.
* Escute música todo dia - no ônibus, arrumando a casa, no carro. Vai torná-la menos estranha e mais familiar, fazendo a dança do ventre mais fácil.
* Encontre uma professora/turma para acompanhar e manter uma prática regular da dança.
* Dance música ao vivo.
* Se filme dançando e procure por possíveis correções a serem feitas.
* Visite outras comunidades e grupos de dança.
* Estude com os mestres - na música e na dança.
* Se involva.


6. Quem é o sua bailarina ideal? Porque você gosta desse bailarina?


Uma bailarina ideal? Aquela que sinta a música, seja a música e me faça sentir. Não precisa ser famosa ou conhecida, nem mesmo "a melhor". Ela precisa ter uma alegria que seja tangível. E eu aprecio muito as pessoas que crescem como artistas, que são benevolentes e 100% comprometidas com sua dança!

Em nenhuma ordem particular, as bailarinas que eu adoro incluiriam a minha primeira professora de dança do ventre, Glo Ayson, Mona Said, Tahia Carioca, Dina, Amani, Samia Gamal, Nadia Gamal, Dani Boutros... incluiria Diana Tarkan, Tito Seif, Nath Keo, Leila Haddad, Tarik Sultan, Ava Fleming, Aisha Ali, Rachel Brice, Mardi Love, Dalia Carella, Asena, Elena Lentini, Cassandra, Ansuya, Bert Balladine... mais recentes para mim incluiria Sal Venegas, Lebanese Simon, Dusty Paik... amigos e companheiros de dança Meissoun, Aisha of Greece, Anasma, Colleena Shakti que normalmente animam a galera! Sério, NÃO FALTAM bailarinos talentosos, habilidosos e maravilhosos para me inspirar e isso é algo que eu também amo nessa dança!

7. Quais são os planos futuros com Raqs Sharqi?

Bom, continuar pelo mesmo caminho que estou traçando - ensinando, me apresentando, criando e compartilhando tanto localmente quanto internacionalmente. A carreira na dança não é fácil, como você sabe, e quaisquer pais que digam que é difícil estão certos! Tem muito trabalho que não é "remunerado", sua propaganda, emails, manutenção de site, canais no Youtube, costura, ensaios etc... e basicamente você precisa criar o seu próprio caminho. Eu queria que tivesse um manual! Eu simplesmente continuo seguindo, aprendendo e me mantendo verdadeira.

Sou muito grata por ter viajado internacionalmente todo ano desde 2005 para compartilhar dança e música, além de estudar com os outros, é uma experiência inestimável que realmente alimenta a alma. Conhecer outras bailarinas e pessoas com quem tenho afinidade é algo que nunca poderá ser substituído e isso me mantem engajada e apaixonada por essa dança!

Ser produtora de eventos de dança é algo que dá muito trabalho, mas vale a pena cada momento para assegurar que a mensagem seja passada. Fundado em 2008, meu evento anual PUJA International Dance Concert está em sua 4ª edição, e apresentará danças de todos os tipos. Eu gosto de artisticamente conjugar a criação e o oferecimento de oportunidades para outros artistas atuarem, criarem e se comunicarem.

Eu espero que eu consiga terminar diversos projetos para DVD que estão apenas na fase de planejamento, que incluem DVDs didáticos, de performance e de compilação de colaborações criativas de outros artistas participantes do PUJA.

8. O que é mais importante na hora de criar uma coreografia?

Primeiro, minha tendência é dizer que você precisa AMAR AMAR AMAR a música que está dançando, senão ficará sempre esquisito e será uma luta. Outra coisa que eu gostaria de dizer é nunca se esqueça do que você quer dizer e compartilhar. E por último, eu diria permita-se SENTIR, porque uma coreografia sem sentimento é apenas exercício. E claro que você quer se divertir e aproveitar, senão, para quê dançar?

9. Como e/ou com quem você pratica?

Quando eu comecei, eu fazia uma aula regular com uma professora que eu frequentava religiosamente. Desde que comecei a dançar, já estudei com mais de 100 professores, com muitos deles mais de uma vez, e com cada um eu aprendi algo maravilhoso.

Eu pratico muito sozinha e trabalho como professora de dança. Existem vantagens em trabalhar profissionalmente como professora de dança. Você se aperfeiçoa muito ao manter trabalhos de movimento e de dança na sua agenda. Mesmo assim, você precisa encontrar meios de se desafiar e estimular suas habilidades e interesses, especialmente se você tem sempre alunos novos, iniciantes ou que vão e voltam.

Eu acho que algumas abordagens ajudam. Uma é sempre usar músicas diferentes e misturá-las. Recuperar músicas antigas, procurar por novidades e até mesmo trabalhar com músicas que não lhe sejam familiares. Você vai estar realmente pisando em ovos. Eu acho que ouvir música todo dia - em casa, no computador, fazendo faxina, no carro e com FONES DE OUVIDO realmente ajuda. Traduzir as músicas e trabalhar com snujs também. Eu acredito em práticas "cruzadas". Flamenco, Tango Argentino, yoga e até mesmo Bon Odori (n.t.: tipo de dança japonesa) são artes que eu pratico e que me mantem desafiada com formas diferentes de mover o corpo, outro vocabulário de dança/movimento e exposta a novas ideias. Eu encorajo muito as pessoas a ASSISTIREM muitos shows de dança em restaurantes. Shows em teatros, musicais, shows de dança na TV - todo America’s Best Dance Crew (n.t.: programa de TV americano de competição entre grupos de dança) mostra novas formas de ver a dança.


Mas eu também NÃO VEJO danças que não gosto - é muito fácil pegar tiques e hábitos com coisas que você não gosta, e então você precisa desaprendê-los! Eu também sou a favor de APENAS DANÇAR. Sem coreografia ou combinações de passos. Uma outra abordagem é ter uma meta e praticar com disciplina.




10. Como bailarina, que métodos ou rotinas diárias (produtos de beleza, massagens etc) você utiliza para manter a sua beleza?


Toda vez que começo uma aula, nós começamos com uma meditação para sincronizar o corpo e o espírito. Eu acredito que isso traz benefícios. Você não pode subestimar o poder da respiração e como ela afeta TUDO que fazemos!


Eu também estudei canto por mais de 20 anos - então eu acho que a força da dança também se aplica ao meu canto também. Achar a sua própria voz, literalmente e figurativamente é tão importante para uma pessoa! Eu sou interessada pela visão HOLÍSTICA e INTEGRADA do corpo, da arte e do processo criativo. Estou sempre me esforçando para entender como isso tudo funciona junto.


Acredito que rir é bom para a saúde também.


Presto atenção à minha dieta e acrescento complementos saudáveis - água, legumes frescos, castanhas, lanchinhos saudáveis, muito gengibre, alho, cebola etc para limpar o corpo! Não fumo nem bebo, e faço tudo o possível para proteger meus joelhos e minha coluna. Eu faço rodízio dos meus saltos e sapatos. Sou grande fã de alinhamento corporal, estou sempre procurando jeitos SEGUROS de mexer o corpo.

Eu pratico yoga, e em casa faço alongamentos - especialmente para minhas panturrilhas e arcos dos pés. Faço exercícios aeróbicos, dou preferência pelas escadas e faço uso do bom senso. Gosto de banhos quentes para meus músculos, sauna/sauna turca quando disponível e acho bom que suar faça bem à saúde!

Frequento um terapeuta sacro-cranial para alinhamento e um massoterapeuta mensalmente para manter meu corpo e assegurar que estou cuidando bem de mim mesma.

Escuto sempre o meu corpo: estou rígida? Cansada? Alerta? Tensa? O que posso fazer com o meu corpo hoje? Também uso filtro solar e hidratante diariamente, para assegurar que minha pele está segura e protegida. De vez em quando tomo suplementos - vitamina B, Fish Oil (n.t.: óleo de peixe rico em ômega 3), Kelp Tablets (n.t.: suplemento rico em iodo). Eu gosto de comer algas e nori (n.t.: preparado de algas para sushi) porque é gostoso e faz bem para o corpo. É uma grande responsabilidade cuidar e entender como o corpo funciona, e eu faço o que posso para ajudá-lo da forma mais saudável possível!

Por fim: bondade, praticar a bondade amorosa é essencial, e também o aconchego, abraços e o toque daqueles que você ama fazem bem à saúde! A todo custo evitar pessoas que são negativas ou que te machucam de alguma forma, pois elas vão roubar a sua alegria, o seu amor e a sua habilidade de se abrir em êxtase na dança, na arte e na própria vida!

11. (Dizem que Raqs Sharqi é mais relaxante e desestressante que outros tipos de dança) qual parte da Raqs Sharqi você acha que é mais relaxante?

Sem a menor dúvida, a parte lenta, o fluxo contínuo do taqsim, a dança improvisada e sinuosa. Existe graça e beleza nela - se você está aberta para ela.





quarta-feira, 20 de julho de 2011

Serkan Tutar - entrevista na RaqsART

Por Yuki RaqsART

tradução de Lalitha

Artigo original aqui.


1. Por que você começou a dançar Raqs Sharqi (dança do ventre)?

Hummmmm porque eu comecei a dançar Raqs Sharqi. Eu acho que era meu destino. Quando eu tinha 10 anos, estive na Arábia Saudita. Eu sou turco e desde que nasci eu escutava música oriental, que é muito rica na cultura turca. Depois que estive na Arábia Saudita me apaixonei de vez pelos sons árabes.

Na Arábia Saudita não tem dança do ventre ou bailarinas de dança do ventre. Eles têm o seu próprio estilo de dança e de música. Me apaixonei completamente pelos sons orientais quando estive lá. Quando voltei à Turquia, trouxe comigo diversas fitas de vídeo e comecei a estudar Raqs Sharqi com esses vídeos. Os turcos sempre amam dançar numa festa de casamento ou num festival. Foi um ótimo exercício e uma boa experiência para mim.

Quando eu tinha 17 anos, tive uma oportunidade de me apresentar em público. Era a minha primeira performance profissional. Fiquei estressado porque era uma festa grande, mas me apresentei. Fiquei no palco por mais de 45 minutos. Senti que aquele era o meu lugar enquanto dançava no palco. Não parei de aprender Raqs Sharqi.

Encontrei Nesrin Topkapi. Ela é a Rainha da Dança do Ventre Turca. Ela é uma lenda na Turquia!!! E eu tive a ótima oportunidade de aprender Raqs Sharqi com ela. Depois disso, continuei aprendendo com outros professores maravilhosos.

Eu tenho 18 anos de carreira na dança. Dançar é a minha vida. Por que comecei a dançar Raqs Sharqi? A resposta é que a Raqs Sharqi me deu a oportunidade de aproveitar o momento e eu simplesmente aproveitei. E não posso parar de aprender, porque tem muitas coisas para descobrir no mundo da dança do ventre.


2. O que é mais importante quando dançamos em público?

O mais importante é "se conecte com o seu público".

Se você for perfeito com a escolha da música, da roupa e da coreografia, a sua performance vai ser, a princípio, OK.

Primeiro de tudo, você precisa se respeitar e respeitar o seu público com o seu figurino e com a escolha da música, além de se expressar corretamente.

"Melhor manter a simplicidade".

Não se esqueça que nem todos do seu público são especialistas.

Mantenha os seus movimentos simples e limpos. Seus braços e mãos devem ser elegantes, e você deve manter uma postura bonita. Nunca olhe para o chão. Mantenha sempre o contato visual com o seu público.

"Sorrir é muito importante."

Você deve se comunicar com o seu público com o seu sorriso natural.

Ninguém gosta de assistir bailarinos que não sorriam.

3. Você poderia nos falar sobre o seu estilo de Raqs Sharqi?

Meu estilo de Raqs Sharqi é uma mistura entre o estilo Turco de dança do ventre com o estilo Egípcio Moderno, porque eu sou turco e o estilo Turco está no meu sangue.

Meu estilo é mais multi-cultural. Até porque eu quero acrescentar alguns elementos de fusão ou elementos ciganos, porque eu acho que vão tornar o meu estilo mais rico.

Claro que tenho muito respeito pelos bailarinos que preferem apenas um estilo.

Eu prefiro meu estilo moderno com mistura de estilo Turco, estilo Egípcio, Cigano e alguns elementos de fusão.

Eu acho que cada um possui a sua própria cor. Mas eu quero ser mais colorido e continuar aprendendo.

Você pode optar ficar numa cor só. Você também pode se aventurar e acrescentar mais cores ao seu estilo Raqs Sharqi atual. Eu prefiro aprender diferentes estilos, e acredito que essas experiências irão tornar a minha dança mais rica.

4. Você poderia nos contar sobre a relação entre Raqs Sharqi e as suas origens?

Eu sou turco. Você pode escutar música oriental numa festa e num casamento. Raqs Sharqi está no nosso sangue. Nós realmente temos uma cultura rica e variada. Então eu nasci e cresci nessa mistura. Eu acho que Raqs Sharqi é uma herança da minha cultura para mim.


5. Você poderia dar alguns conselhos ou fazer alguns comentários para bailarinos de Raqs Sharqi?

* Respeite a si mesmo, sua dança e seu público.

* Nunca pare de aprender! Sempre há novas coisas para se aprender.

* Aceite que Raqs Sharqi é uma Arte!! Você pode expressar os seus sentimentos através de Raqs Sharqi, mas não o faça de forma vulgar.

* Se você realmente ama Raqs Sharqi e quer ser bailarino, você será capaz de ultrapassar todos os obstáculos.

* Você não precisa amar todo o mundo ou todos os bailarinos, mas vocês devem se respeitar, porque nunca se sabe com quem você vai dançar no futuro.

* Nunca pense "Você é o melhor!", porque isso não é verdade. Cada um tem o seu próprio estilo, gosto e cor.

6. Quem é o seu bailarino ideal? Porque você gosta desse bailarino?

Minha bailarina Turca ideal é Nesrin Topkapi. Ela é a bailarina e professora que todo o mundo deveria ter. O seu respeito pela sua profissão, por si mesma e pelos seus alunos é maravilhoso. Você pode sentir diretamente o respeito dela quando ela dança ou ensina. Todos vão se apaixonar pela dança dela, porque você pode perceber a elegância dela, seus lindos movimentos e o seu carisma. Infelizmente, gerações mais novas podem perder essas características.

Meu outro ídolo é a Aziza do Canadá. Ela é uma linda bailarina e professora. Eu não preciso falar muito sobre ela. Se você assistir aos vídeos dela, sua dança vai lhe mostrar o que eu quero dizer.


7. Quais são os planos futuros com Raqs Sharqi?

Tentar melhorar a minha dança como uma arte. Eu já viajei pelo mundo, mas vou viajar mais e mais para ver bailarinos que tenham a mesma paixão por Raqs Sharqi.

8. O que é mais importante na hora de criar uma coreografia?

* Escolha as músicas certas para você. Você precisa se sentir bem com as músicas que escolher para a sua dança.

Por exemplo, se você é bailarina de tribal ou de um estilo de fusão, não escolha uma música clássica egípcia, porque ela não vai cair bem com o seu estilo de dança.

* Não se esqueça de sorrir e de manter uma boa postura quando criar a sua coreografia.

* Escute a sua música umas 50 ou até umas 100 vezes, porque a música vai te dizer o que você deve fazer. Faça ainda mais, escute a sua música em diferentes lugares (no seu estúdio de dança, no seu carro etc) e você vai ouvir e reconhecer novos detalhes da música a cada vez.

* Tenha certeza do que você quer.

* Defina se a sua coreografia será para um solo, grupo ou dueto.

* ABRA A SUA CABEÇA!!! Você tem mais potencial e possibilidades do que imagina. Não se bloqueie.

9. Como e/ou com quem você pratica?

Eu ensino diariamente de 3 a 4 horas em turmas semanais. Viajo pelo mundo para dar workshops nos fins de semana. E tudo isso faz parte da minha prática. Quando preciso criar uma nova coreografia eu ensaio de 5 a 6 horas todo dia.

Nunca pare de ouvir músicas de dança do ventre. Música sempre me traz novas inspirações. Bons professores também trazem muita inspiração para Raqs Sharqi! Nunca pare de aprender!!!

Serkan Tutar ensina o significado de Raqs Sharqi

Primeiramente, Raqs Sharqi é um nome genérico. Raqs significa "dança", e Sharqi significa "Meio Oriente". Então, Raqs Sharqi é a "dança do meio oriente". O Meio Oriente inclui a região entre Marrocos, Tunísia, Turquia, Líbano, Síria, Índia, China e Japão. Essa era a antiga Rota da Seda. Todos esses países tinham uma conexão com a sua cultura, dança e sua música.

Raqs Sharqi é um nome genérico, como Dança Oriental. Os franceses chama de "Danse du Ventre" que quer dizer Belly Dance (Dança do Ventre). "Danse du Ventre" inclui os tipos de dança que são indianas, turcas, marroquinas, ciganas e tailandesas.

"Danse du Ventre" é mais popular no estilo Egípcio e Libanês. Ambos os estilos são chamados de Raqs Sharqi.







sábado, 16 de julho de 2011

Eshe (Bellydance Evolution Cast Special) - entrevista na RaqsART

Por Yuki RaqsART

tradução de Lalitha

Artigo original aqui.


Eshe é uma bailarina profissional de dança do ventre que nasceu em Haminton, no Canadá, e que hoje reside em Seoul, na Coréia do Sul.

1. Você poderia nos contar sobre a competição para participar do elenco do Bellydance Evolution?

Quando eu entrei para a competição do BDE nós tínhamos 7 dias para filmar nossos vídeos. Quando entrei, eu também estava me preparando para ir numa lua de mel de três meses na Turquia, Austrália e Canadá. Eu estava muito ocupada empacotando toda a minha vida. Eu não tinha muito tempo para aprender a coreografia ou ensaiar. Eu entrei no avião para a Turquia me sentindo muito chateada. Depois de viajar por 10 horas, eu fiz uma parada na Malásia, então resolvi tentar filmar no hotel do aeroporto ali mesmo. O quarto era muito pequeno e os corredores muito cheios de gente. Coloquei minha maquiagem e minha roupa e achei um lugarzinho na academia de ginástica do hotel. Os funcionários ficavam passando e colando a cara no vidro para ver o que eu estava aprontando. Eu estava pronta para enviar o meu vídeo, mas quando voltei para o meu quarto eu vi um aviso "Desculpe mas nosso serviço de internet está indisponível". Eu fui para o aeroporto para tentar conseguir sinal de Internet. O aeroporto só disponibilizava 2 horas de acesso à Internet, mas por conta do tamanho do arquivo e da velocidade da conexão eu precisava de quase 3 horas para fazer o upload. Decidi esperar até chegar na Turquia. Depois de quase 27 horas de viagem, cheguei no meu hotel, que tinha anunciado serviço de Internet. Sentei na minha cama e liguei meu laptop - não tinha sinal. Eu tentei em todo canto do quarto. Finalmente achei um ponto a 60cm da porta do banheiro que tinha sinal. Quando tentei acessar o youtube descobri que ele estava bloqueado na Turquia. Comprei um aplicativo para driblar a censura e finalmente consegui enviar meu vídeo.

Houveram alguns problemas com a competição Ásia 2010 e o prazo foi prorrogado 3 vezes. Fiquei muito feliz quando mandei atualizar a página e vi meu nome. Uns 4 dias depois, a Jillina nos mandou o vídeo com as coreografias. Nós tínhamos uns 10 dias para aprender todas elas antes de encontrá-la na Coréia.

Eu estava muito, muito nervosa no primeiro dia. Eu acho que eu era a única bailarina que a Jillina ainda não tinha conhecido pessoalmente. A maioria delas a tinham conhecido em algum show ou workshop. A Jillina é muito amável e uma líder maravilhosa. Não tinha nenhuma tarefa que fosse grande demais ou pequena demais para ela. Claro que ela estava nos ensinando as coreografias e corrigindo nossas falhas técnicas, mas ela também nos ajudava a costurar nossos figurinos e limpava o estúdio com a gente. Nós dançávamos umas 8 horas por dia. Jillina colava nosso cronograma todo dia no espelho do estúdio e nós tínhamos que estar prontas para o que viesse. No primeiro dia ela nos deu nossos figurinos e durante os intervalos nós fazíamos os ajustes. Nos primeiros 3 dias ela ou alguma outra bailarina principal ensaiaria conosco cada coreografia com todos os detalhes e com todas as mudanças de formação. Levou mais ou menos 1 hora de ensaio para cada 2 minutos de coreografia. A partir do quarto dia nós ensaiávamos o show inteiro. No quinto dia passamos a ensaiar com os figurinos. No sexto dia ensaiamos o show com figurino completo. No sétimo dia ensaiamos no teatro e a partir daí o show estreou.

Aprender todas as coreografias foi muito intenso. Eu normalmente não uso sapatos para ensaiar ou dançar e fiquei cheia de bolhas por causa dos ensaios. Não é um show só de dança do ventre. Também tem danças da Índia e do Usbequistão; danças da Geórgia também têm destaque no show. Além disso, ela usa muitos acessórios, como bengala, leque de seda, véus, velas e leques com plumas.

Eu fiquei mais relaxada quando chegamos a Bali porque todas, com exceção de uma nova bailarina, sabíamos todas as coreografias. O único motivo de ansiedade foi que o palco não ficou pronto até o último dia. Durante o show caiu uma tempestade e nós tivemos que encerrar a apresentação 30 minutos mais cedo, o que foi muito decepcionante para muitas nós.




2. Qual é o seu ponto forte como membro do Bellydance Evolution?

Eu não sei ao certo. Jillina me disse que danço lindamente, o que foi um grande elogio para mim. Eu tive que me esforçar muito para aprender tanta coisa em tão pouco tempo. Foi um grande desafio mas foi maravilhoso.

3. Você tem algum conselho para aquelas bailarinas que vão se inscrever na competição do Bellydance Evolution?

Se você começar a estudar agora os vídeos da Jillina, eu acho que fica mais fácil de aprender as coreografias dela.

Se inscreva. Foi muito divertido e eu fiz muitos novos amigos quando eu participei. Dançamos juntas até hoje. A experiência deixou lembranças maravilhosas. Eu também aprendi muito estando ao lado da Jillina e das outras estrelas do show. Não só na parte técnica, mas também como organizar e produzir um grande espetáculo. Foi muito esclarecedor.

Como um conselho mais prático, caso você seja escolhida, leve material extra de costura para os seus figurinos, como ganchos, botões, linhas e agulhas.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Cristina Gadea (Bellydance Evolution Cast Special) - entrevista na RaqsART

Por Yuki RaqsART

tradução de Lalitha

Artigo original aqui.


1. Você poderia nos contar sobre a competição para participar do elenco do Bellydance Evolution?

Eu participei da competição online; primeiro eu me inscrevi para a competição da Itália/Praga e então eu recebi uma coreografia que eu deveria aprender, filmar e mandar de volta, junto com um vídeo meu dançando. Eu também precisei preencher um formulário (dizendo quanto tempo de dança eu tinha, se sou bailarina profissional, quantas horas de dança eu pratico por semana...) e mandar 2 fotos.

Todos os vídeos são enviados pelo site da companhia e, depois do prazo final, as vencedoras podem ver um baner escrito WINNER (vencedora) antes do seu nome nos vídeos.

As respostas nos formulários ajudam a Jillina a ter uma ideia da capacidade de participar dos ensaios de cada bailarina, e assim ela tem certeza que escolhe as bailarinas que podem acompanhar o ritmo. Os ensaios duram até 8 horas na semana anterior ao show e, depois disso, você ainda passa muito mais horas no palco também, então você precisa se adaptar muito rápido fisicamente.

Eu tive dar informações sobre as minhas medidas. Primeiramente eu achei que a Jillina queria um elenco com bailarinas parecidas mas, quando eu vi as meninas que ela escolheu, percebi que éramos todas muito diferentes. Essa é a ideia que ela quer passar, que bailarinas muito distintas podem criar equilíbrio sem descombinar: loiras, morenas, altas, baixas, bailarinas orientais, bailarinas do tribal... É integração e internacionalização num só show.

2. Qual é o seu ponto forte como membro do Bellydance Evolution?

Eu trabalho bem em equipe e sou rápida para aprender coreografias e corrigir erros. Estou acostumada a participar de companhias de dança na Espanha e já me apresentei em grandes espetáculos, então eu trabalho bem em teatros, com trocas rápidas de figurino e de cenário, etc.

Além disso, tem o que a Jillina chama de meu visual exótico (morena de cabelos longos e olhos escuros), que tem a ver com o que eu estava dizendo sobre formar um elenco de bailarinas muito diferentes entre si, onde todas trabalhem com um alto nível de técnica na dança.

Bellydance Evolution foi uma ótima experiência, eu aprendi tanto e visitei lugares tão bonitos. Conheci pessoas maravilhosas e bailarinas espetaculares da Polônia, República Tcheca, Alemanha, Itália, Bulgária, Argentina e dos EUA.

Trabalhar com a Jillina e com o elenco principal do show foi muito enriquecedor e me fez crescer e evoluir como bailarina.


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Jillina Carlano - entrevista na RaqsART

Por Yuki RaqsART

tradução de Lalitha

Artigo original aqui.


Jillina é produtora, co-criadora e bailarina do show Bellydance Evolution. Ela dá conselhos e faz comentários para aquelas que vão fazer o teste para participar do elenco de Bellydance Evolution e para os fãs de dança do ventre!

1. Você poderia dar conselhor ou fazer algum comentário para bailarinas que vão fazer o teste para participar de Bellydance Evolution?

Eu aconselharia as bailarinas que vão fazer o teste a prestar muita atenção aos pequenos detalhes das suas coreografias, como mãos e quadril. Além disso, que não se esqueçam de colocar em seus vídeos sua melhor performance solo e ter em mente que o mundo inteiro está olhando.

2. O que é mais importante quando se dança em público?

Conectar com o seu público, através da sua expressão e do seu movimento. A dança é como uma linguagem e você quer ter certeza que a sua mensagem foi compreendida.

3. Você quer fazer algum comentário para os fãs de BDE?

Espere o inesperado!!! Esse não é um show das Bellydance SuperStars. Tenho colaborado com artistas muito talentosos para ajudar a criar um novo nível de produção na dança do ventre. E além de termos um elenco cheio de estrelas, nós temos homens no nosso show que vão te surpreender!!




terça-feira, 12 de julho de 2011

Ventre da Dança agora associado ao RaqsART!!!


Grandes novidades estão para acontecer no Ventre da Dança!

Agora estamos associados ao RaqsART! A partir de hoje começaremos a publicar todas as entrevistas do RaqsART com bailarinas do mundo inteiro em português!



A RaqsART é uma web-revista para bailarinas do mundo inteiro.

O seu objetivo é criar uma comunidade para tornar mais fácil a comunicação entre bailarinas do mundo todo. Nós queremos que a dança do ventre seja mais amplamente divulgada e acessível para todos que querem aprender e compartilhar.

Nossa comunidade ainda está crescendo, por isso mande suas perguntas, sugestões e comentários para tornar a RaqsART ainda melhor. Nós queremos saber o que vocês querem que seja publicado no site e, trabalhando juntas, fazer acontecer.

Mande um e-mail para info@raqsart.com (em inglês) ou para lalitha.bellydance@gmail.com (em português, suas perguntas e sugestões serão encaminhadas)

Esperamos que RaqsART possa promover a fraternidade entre bailarinas de dança do ventre do mundo inteiro.

Organizadora Internacional da RaqsART - Yuki
Tradutora da RaqsART para o português - Lalitha

Site:
http://raqsart.com/

Comunidade no Facebook:
http://www.facebook.com/pages/Raqs-Sharqi-The-Joy-of-Dance-/121756647861833

terça-feira, 5 de julho de 2011

Bailarinas Russas

As Russas estão mandando ver... há tempos que vemos vídeos maravilhosos da Nour rodando por aí, mas agora eu tenho visto ainda mais material delas!

Vamos começar pela mais famosa, Nour, que há muitos trabalha no Egito (até participar de vídeo da Raqia Hassan ela participou - volume 5 meninas!) e hoje dança principalmente em casamentos, e é casada com um cantor sírio. Para ter uma ideia do trabalho maravilhoso dela, segue o primeiro vídeo de hoje:



Para outros vídeos, vocês podem ver essa lista aqui no Youtube!

Outra bailarina que descobri há pouco tempo, mas que já me apaixonei é Aída. Mais jovem e inexperiente que a Nour, mas muito expressiva, além de também ter uma leitura musical muito bonita e criativa. Para ter uma ideia do trabalho da moça, segue mais um vídeo:



Para mais vídeos da Aída, é melhor ver na página dela, aqui.

Se você acha que é pouco, bom, é só procurar pelos festivais e concursos russos! Elas dão um banho! Até concurso infantil elas fazem...





Mais um da Dária:



E mais uma linda...



E para terminar, que esse post já está longo... a prova dos concursos infantis:

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Escritora Rosina-Fawzia Al-Rawi

Essa escritora de origem Iraquiana e que atualmente mora na Alemanha foi um verdadeiro achado. O primeiro livro dela com que tive contato foi indicado por uma professora minha, e desde então eu cato tudo que essa mulher escreve (apesar de só conhecer 2 livros dela publicados em inglês).

O primeiro livro dela é de 1996, e é bem conhecido no mundo da dança do ventre: Grandmother's Secrets - The Ancient Rituals and Healing Power of Belly Dancing (algo como Segredos da Vovó - os antigos rituais e o poder cura da dança do ventre).





O meu exemplar, coitado, já está todo marcado, sublinhado e escrito nas bordas (a lápis!)... mas é de leitura obrigatória. Inclusive, acho que está na hora de relê-lo...

A escritora conta a sua história pessoal com a dança do ventre, como ela é passada de geração em geração na sua família, e, no seu caso, como ela aprendeu a dança com a avó desde pequenininha. É tão lindamente escrito que às vezes até parece um livro de poesia.

O livro é dividido em 4 partes, a primeira é justamente como ela aprendeu a dançar (lindas histórias com a sua avó), a segunda é um apanhado da história da dança do ventre (é aí que o bicho sempre pega, dado que os documentos históricos sobre a dança são muito raros e imprecisos) com direito ao mito da descida de Ishtar ao submundo para salvar Tammuz (mito que uma outra bailarina me indicou um livro esgotado que contradiz essa versão do mito... a ser verificado ainda). A terceira parte é um lindo manual sobre cada parte do corpo e a sua importância na dança, na vida e para a feminilidade. A quarta e última parte é uma coletânea de rituais com a dança do ventre, especialmente os ritos de passagem.


O outro livro dela, Midnight Tales - A Woman's Journey Through the Middle East (algo como Histórias da Meia Noite - A Jornada de uma Mulher pelo Oriente Médio), é uma espécie de coletânea de histórias pessoais durante viagens ao Oriente Médio. É um livro extremamente rico, mostrando um mosaico da cultura do Oriente Médio, e é dividido por país, o que é bem interessante, pois evidencia melhor os contrastes entre eles.

Pessoalmente eu curto livros assim, pessoais, acho que enriquece e dá mais cor aos relatos, mais que os livros puramente científicos. E como estamos tratando do feminino, essa cor e a vivência se tornam essenciais.