terça-feira, 22 de maio de 2012

Ma liberté de danser - Cap. 6 - Sameh


Por Lalitha

AVISO IMPORTANTE:

Então, gente, antes de entrarmos no material relativo ao quinto capítulo do livro da Dina, quero ressaltar que apenas as partes em itálico e entre aspas são trechos traduzidos do livro (as traduções são minhas e às vezes contem alguma adaptação para facilitar o entendimento do trecho fora do texto completo), e deixo claro que não traduzi o livro inteiro, apenas algumas passagens que julguei importantes ou bonitas. Todo o resto do material é uma compilação de informações contidas no livro e de pesquisa própria minha feita na internet ou na minha biblioteca particular.

O material aqui exposto está todo dividido por capítulo (um capítulo por post, sempre) e cada capítulo está dividido em tópicos para tornar a apresentação mais dinâmica. Adotei essa divisão por pura comodidade e para tornar o material mais didático, o livro não está dividido dessa forma.

6. Sameh

          Como eles se conheceram




Sameh era um diretor de cinema e de clipes musicais, que estudou nos EUA. Eles se conheceram 1997, durante a filmagem de um clipe com o ator Ahmed el-Sakka. Sameh queria que a Dina dançasse enquanto uma prece fosse aparecendo na sua pele, o que ela se recusou a fazer, apesar de achar a ideia bonita, porque os egípcios não estavam prontos para isso. Coisa que só alguém que estudou fora do Egito poderia pensar...

Na época ela tinha acabado de terminar um relacionamento e estava recentemente divorciada, por isso não estava a procura de ninguém e portanto também estava "distraída"... Disseram que ela estava cega, que Sameh estava claramente apaixonado por ela, mas dina não queria saber de namorar e não percebia o que as pessoas viam na atitude do diretor.

Mas Sameh não desistiu e a pediu em casamento, com direito a pedir a mão dela aos seus pais e tudo mais. E Dina realmente gostava dele, e ,apesar de não o conhecer direito, acabou aceitando. 


"Ele me prometeu a terra e a lua juntos, ele me falou de amor, de filhos, de vestido branco, pureza e inocência, eu era uma princesa adormecida a ser acordada pelo beijo de um príncipe. Ele me falou de um sonho que eu jamais pensei que pudesse ser realidade. Eu sou bailarina. Não se promete amor para uma raqa'sa."



          O casamento

O casamento deles foi uma grande festa, que todos os grandes artistas foram prestigiar. Até Arm Diab cantou na festa, junto com outros cantores famosos. Mesmo Fifi Abdou, que era concorrente da Dina nessa época, estava lá festejando e desejando tudo de bom aos noivos. E por sorte, existe no YouTube um trecho filmado dessa festa, com a Dina toda de branco... linda!



 

          Gravidez

2 meses depois do casamento Dina estava gravida. Nessa época o casal vive bem em sua rotina: Sameh gosta de silêncio e solidão para trabalhar e Dina gosta de música, mas eles se dão muito bem. Ele a estimula na sua carreira e a ajuda a manter a rotina, vigiando a sua alimentação e o seu sono.

Essa é a única foto que encontrei da Dina grávida, e ela está dançando num show! O comentário do site original sobre o assunto é que ela estava muito feliz com a gravidez.


Aos 5 meses de gravidez, em 1999, Dina cai durante um ensaio de uma peça de teatro e, com medo do que possa ter acontecido com o bebê, vai para os EUA fazer exames complementares para saber se está tudo bem.


          Uma doença

Está tudo bem com ela, mas quando ela vai dar a notícia para a família, ela ouve falar pelos seus familiares que Sameh não está bem. Ela sabia que ele tinha tido uma doença e passado por uma operação há muitos anos, mas ele nunca explicou tudo pra ela. Dina fica preocupada e convence Sameh a se juntar a ela em Los Angeles para ser avaliado também.


"Eu escuto palavras bárbaras "astrocitoma anaplásico", "tumor no cérebro", "quimioterapia","pouca chance de sucesso", "tentar de tudo", "inoperável", "prognóstico ruim", "estado desesperado".
Dentro da sala, tão fria, o homem de uniforme branco tem nas mãos Sameh, um Sameh resumido em números e folhas de plástico pretas com manchas brancas. E ele me diz que ele vai morrer."


Enquanto eles estão nos EUA avaliando as possibilidades de tratamento para Sameh, Dina chega aos 9 meses de gravidez. E enquanto ela sente uma vida se formando dentro de si, vê outra se esvaindo ao seu lado.


          Ali


"Em 30 de dezembro de 1999, meu ventre se contrai. Acompanhada de Sameh, eu corro para o hospital de Santa Monica. A parteira me coloca na sala de parto, Sameh está atrás da sua câmera, ele filma o parto. As contrações são fortes, mas não dolorosas. Eu olho para o espelho no teto, regulo a minha respiração. Cinco minutos mais tarde, sai a cabeça de Ali. Uma cabecinha pequenininha coberta de cabelos negros e uma boquinha parecida com a minha.
- Você deu à luz em tempo recorde!
A parteira está boquiaberta. Enquanto ela me dá conselhos para o pós-parto, ela me diz que raramente ela vê uma mulher que traz uma criança ao mundo com tanta facilidade.
Eu digo pra ela qual é o meu trabalho. Ela arregala os olhos. A dança do ventre é uma das melhores preparações para o parto. Ela usa todos os músculos, relaxa a bacia e dá tonicidade aos músculos. Foi o coreógrafo Hassan Khalil que disse "A dança do ventre é o movimento do ponto mais sagrado da mulher, o útero, lá onde tudo começa. O segredo da dança do ventre não está na dança, está na mulher""



          Estado terminal

Enquanto isso, a saúde de Sameh se deteriora dia após dia. Mesmo assim ele consegue fazer o seu primeiro longa metragem, Korsi fil Kolob, que recebeu alguma aclamação da crítica especializada. Nem ele nem Dina desistem, ele tenta todo e qualquer tratamento experimental. O tumor chega a diminuir, mas logo em seguida volta a crescer.

Um dos médicos diz pra Dina que ele acha que eles deviam voltar ao Egito, que os tratamentos não estão ajudando, estão apenas fazendo Sameh sofrer. Era melhor voltar para casa e tentar deixá-lo confortável.

Então, eles voltam ao Cairo, mas a família de Sameh não quer saber de desistir e logo em seguida eles estão cheios de médicos marcados. Chegam até mesmo a fazer uma nova cirurgia, mas o tumor continua crescendo.

Sameh, numa última tentativa, resolve tentar a medicina chinesa e viaja para Pequim, voltando menos de uma semana depois arrasado. O prognóstico dos acupunturistas é de menos de um mês de vida.

Alguns dias depois Sameh é internado, e dois meses depois morre.


"Sameh me confiou o seu filho. Enquanto Ali estiver comigo, Sameh também estará. E por toda a minha vida guardarei um lugar no meu coração para os seus olhos amendoados e seu sorriso doce, para esse homem cheio de talento morto em sua juventude."



Aguardem o próximo capítulo! 

Capítulos anteriores:

7 comentários:

  1. Vou compartilhar seu trabalho. Bela iniciativa. Obrigada. Beijo

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    1. Obrigada Aziza! Só não esqueça de colocar a referência, ok?
      Beijos!

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  2. Permita-me mencinar seu blog e seu trabalho num site? Não sei derepente você até já participe lá. http://www.saladedanca.com.br/wordpress/?cat=4
    Este é o blog na veradade, onde quinzenalmente vai ao ar um debate sobre dança oriental. Eu vim te pedir permissão primeiro para te mencionar lá. É que este livro foi comentado lá no último podcast que foi sobre Dina

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    1. Claro que pode!
      As meninas do podcast até mencionaram o meu blog no final, fiquei muito feliz por ter ajudado na discussão que elas fizeram sobre a Dina! E mais feliz ainda por terem visto o documentário que eu traduzi também :-) Acho que é muito importante disseminar o conhecimento, ainda mais quando temos tão poucas fontes!
      Beijos!

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  3. Parabéns pela iniciativa! Muito grata por compartilhar!
    Luz e Prosperidade em todos os teus caminhos, por toda a Eternidade!
    ;-)

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  4. Parabéns pela iniciativa!
    Gratíssima por compartilhar!
    Luz e Prosperidade em todos os teus caminhos, por toda a Eternidade!
    :-)

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