sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Kisses from Kairo agora no Ventre da Dança!


Então, gente, 2012 já começa com novidades! Além de continuarmos com o "projeto" Ma liberté de Danser da Dina, vamos começar com a tradução do blog Kisses from Kairo! O blog originalmente conta com o tradutor automático da Microsoft, como vocês podem perceber, mas eu ODEIO esses tradutores, sempre fica esquisito e algumas coisas simplesmente não fazem sentido! Então, com a permissão da Luna, bailarina americana e autora do blog, vou começar a postar aqui as histórias que ela escreve no blog! Quando houver algum vídeo com entrevistas em inglês e/ou francês postarei também a tradução do que for comentado nos vídeos!

Como o blog dela começou ano passado decidi começar pelo primeiro post dela e vamos andando até chegar nos posts atuais, ok?

Não deixe de dar uma olhada no blog dela para ver os vídeos e fotos!

E agora aproveita, pega um lanchinho e uma bebida que vamos começar nossa viagem!

Domingo, 27 de março, 2011
Minha história
Por Luna do Cairo
Traduzido por Lalitha

Mais de dois anos atrás, eu troquei a agitação e o tumulto de Nova Iorque pelo Cairo. Eu tinha acabado me formar em Harvard, obtendo um mestrado em Estudos do Oriente Médio, e tinha ganhado uma bolsa Fullbright (N.T.: bolsa concedida pelo governo americano para estudos no exterior, detalhes aqui) para escrever um livro sobre dança do ventre no Egito. Porém, um objetivo meu mais secreto era aprender a verdadeira dança do ventre egípcia. Desde que eu tinha participado do Festival da Raqia Hassan, Ahlan wa Sahlam, em 2006, eu sabia que isso só poderia acontecer no Egito.

Apesar de ter feito várias aulas de dança do ventre e de ter me apresentado por um ano em Nova Iorque, eu nunca tinha visto nada parecido com a Dina,  Randa, Asmahan, Soraya e Katia nos Estados Unidos.  As suas performances nos shows de gala de abertura e do final do Festival me hipnotizaram, mas também me fizeram perceber que eu não sabia dançar. Eu percebi que para ser um tantinho tão boa quanto essas mulheres, eu teria que passar um tempo morando no Egito.

Convencida de que me mudar para o Egito era impossível, eu coloquei meu desejo de lado e me concentrei nos meus estudos. Me inscrevi no programa de Mestrado da Universidade de Harvard em Estudos do Oriente Médio e fui aceita. Pelos dois anos seguintes da minha vida, eu passei dias e noites na biblioteca estudando o Islã radical, mas nunca esqueci meu sonho de morar no Cairo. Então decidi concorrer a uma bolsa Fullbright para receber financiamento para fazer pesquisa no Egito.

A Fullbright parecia ser a forma perfeita de ir, mas eu teria que propor um projeto de pesquisa inovador e convincente para ganhar uma bolsa de estudos. Claro que o primeiro tópico que me veio à cabeça foi dança do ventre, mas o quê era realmente importante de ser estudado nessa dança? O quê seria interessante para a maioria não-praticante de dança do ventre nos Estados Unidos?

Depois de muito refletir, eu decidi que iria escrever um livro sobre como a ressurgência do Islã no Egito impactou negativamente a dança do ventre no país, e a vida das mulheres no geral. Eu iria demonstrar como a dança do ventre era comum há 30 anos atrás, e como havia tantas estrelas. E como hoje, só tem a Dina, e amanhã, não haverá ninguém. E eu tentaria entender o porquê.

Para minha grande alegria, eu ganhei a bolsa Fullbright. Eu estava em êxtase! Eu finalmente realizaria meu grande sonho e ao mesmo tempo envolveria o meu lado acadêmico (de um jeito meio dança do ventre :) )

Desde que cheguei ao Cairo, em setembro de 2008, eu consegui fazer muita coisa, inclusive coisas que eu não tinha programado. Eu entrevistei estrelas da dança do ventre (as entrevistas serão postadas depois), fiz diversas aulas, participei de muitos festivais, e apareci como professora assistente nos DVDs da Raqia Hassan, Mohamed Shahin, Dalila do Cairo e Atef & Magda da Troupe Reda. E ainda tenho desenhado minhas próprias roupas e trabalhado com os top designers do Cairo para executar as minhas ideias.

Mais inesperadamente, eu comecei a dançar no Cairo, tornando realidade um sonho que eu não sabia que tinha. Apesar de nunca ter pensado em dançar aqui, inúmeras oportunidades começaram a aparecer. Mais recentemente, eu assinei um contrato com o Hotel Semiramis (N.T.: mesmo hotel onde trabalha a Dina) e com o Egypt Tour Nile Cruises, onde eu tenho me apresentado de 2 a 6 vezes por noite, toda noite.

Não obstante a minha boa sorte, eu estaria mentindo se dissesse que minha vida aqui é só brilho e glamour. Viver e dançar no Egito custa muito caro - mentalmente, emocionalmente, fisicamente e financiamente. Pouco a pouco, muitas das coisas que valorizo foram sendo tiradas de mim. Certas liberdades, segurança financeira, independência, algumas vezes até mesmo minha felicidade, respeito próprio e minha sanidade. Isso sem mencionar que eu sinto falta da minha família e dos meus amigos que ficaram em casa.

Então, por que eu faço isso? Eu faço isso porque nada se compara com a alegria que eu sinto me apresentando com uma grande banda e para um público apreciador. Eu faço isso porque amo montar o meu show inteirinho, desde a escolha dos músicos até a coreografia das músicas e tudo o mais que fica no meio do caminho.

Eu também faço isso porque eu posso, ENQUANTO eu posso. A triste verdade é que a dança do ventre é uma carreira curta (pelo menos no Cairo). Ela demanda uma determinada aparência e idade. Se eu for ser uma bailarina de dança do ventre no Cairo, agora é a hora, antes que eu fique mais velha, case, e me comprometa com outras coisas. E apesar de ser muito criticada pela minha família, meus amigos e por outras bailarinas por ter escolhido esse caminho para a minha carreira, eu sei, do fundo do meu coração, que é isso que eu quero fazer. Na verdade, meu maior medo é chegar aos 40 anos, olhar para trás e dizer "eu gostaria de ter feito...". Mas pelo andar da carruagem, eu não preciso me preocupar com isso! :)

3 comentários:

  1. Entendi o que vc quis dizer quando cliquei no blog e apareceu: Os diários de um dançarino de barriga no Cairo! Socorro! Esses tradutores são irritantes mesmo.

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    1. Pois é!!! Agora você entendeu porque me dispus a traduzir o blog da Luna! rsrsrsrsrs
      Beijos!

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